viernes, 28 de agosto de 2009

Ramana Maharishi



RAMANA MAHARISHI – UM GIGANTE – MENINO NAS FLORES DO ETERNO

Namaste meus amores, hoje compartilho com vocês uma linda experiência um reencontro no astral de duas almas amigas... sinta o amor e a felicidade de meu amigo e amado professor Wagner Borges.

Oh Arunachala, tu extingues o ego daqueles que meditam em Ti no Coração!”
- Sri Ramana Maharshi -

Eu olhei e vi você no meio das flores.
E você ria e conversava com elas.
Ah, meu caro, você parecia mais um menino.

E pensar que muitos o imaginam como um mestre sisudo e severo.
Talvez porque, em seus últimos anos, você usasse barba.
Mas eu o vi contente demais... Por causa das flores.
Em sua simplicidade, você me pareceu mais bacana do que nunca.

Quantos devotos gostariam de vê-lo, mas, eles riem tão pouco.
Talvez, por isso, você prefira conversar com as flores, sei lá.
Ou, quem sabe, elas compreendam as coisas do espírito melhor do que eles.



Você não tinha filosofia alguma, somente lucidez e paz.
Arunachala (2) era apenas uma montanha sagrada lá na Índia.
Mas eu vi uma cordilheira inteira em seu semblante sereno...
E os devas (3) cantavam o amor na caverna do seu coração.
E os seus olhos tinham o brilho das estrelas em florescência.

Ah, Ramana, você deve ter colocado as flores em samadhi... (4)
Ou, será que foram elas que o levaram à consciência cósmica?
Se eu tivesse a habilidade de umTagore (5), faria um poema para você.
Sim, escreveria sobre você rindo com as flores e vendo estrelas.

Mas eu só sei sentir as coisas, em espírito... Pois Brahman (6) me fez assim.
Assim como fez caras especiais, como você, um gigante da consciência.
E eu sou só admiração e gratidão, por ver um gigante igual menino feliz.



Meu amigo, por favor, dê um beijo nas flores por mim.
E muito obrigado pelo seu olhar silencioso, que sempre me diz tudo.
Valeu, Ramana!

P.S.:
Ah, Ramana, eu vou vivendo e aprendendo...
E, mesmo no bulício do mundo, às vezes, eu também vejo estrelas.
E faço o que você ensinou: penso em Brahman... Dentro de todos os corações.

OM.
Paz e Luz.

- Wagner Borges – pequeno betume ardendo no fogo do espírito...
São Paulo, 30 de julho de 2009.




1. Bhagavan Sri Râmana Mahârshi (30 de dezembro de 1878 — 14 de abril de 1950), mestre de Advaita Vedanta e homem santo do sul da Índia. Considerado um dos maiores sábios de todos os tempos, tornou-se conhecido no Ocidente especialmente através do livro "A Índia Secreta", do jornalista e escritor inglês Paul Brunton, que retratou os ensinamentos de Ramana, transmitidos, na maioria das vezes em silêncio absoluto, aos seus discípulos.
Shri Ramana Maharshi foi o grande representante da sabedoria milenar da Índia no século XX. Isso não significa que ele foi um acadêmico que sabia de cor e salteado os textos sagrados da religião, mas sim que viveu e mesmo personificou à perfeição tal sabedoria. Na verdade, ele não escreveu nenhum livro. Ensinava o jnâna, ‘via do conhecimento espiritual’ mais puro. Ao mesmo tempo, ressaltava que as outras duas outras grandes vias espirituais, a do karma (das ações) e da bhakti (devoção) estavam contidas no jnâna.
Obs.: Carl Gustav Jung escreveu um extenso texto sobre Ramana Maharshi, que pode ser acessado no excelente site www.vedanta.pro.br, no seguinte endereço específico:
http://www.vedanta.pro.br/?p=514.




2. A montanha sagrada de Arunachala fica perto da cidade de Tiruvannamalai, no sul da Índia. É o lugar onde viveu Ramana Maharshi, o mestre do silêncio e da simplicidade de ser.
3. Devas – do sânscrito – divindades; seres celestes; anjos.
4. Samadhi – do sânscrito - expansão da consciência; estado de consciência cósmica.
5. Rabindranath Tagore - escritor indiano, nasceu em Calcutá em 1861 e desencarnou em Bengala em 1941. Depois de educação tradicional na Índia, completou a formação na Inglaterra entre os anos de 1878 e 1880. Começou sua carreira poética com volumes de versos em língua bengali. Em 1913, recebeu o prêmio Nobel de literatura. Desde então, traduziu seus livros para o inglês, a fim de lhes garantir maior difusão. Em suas poesias, Tagore oferece ao mundo uma mensagem humanitária e universalista. Seu mais famoso volume de poesias é Gitânjali (Oferenda poética).
Fundou, em 1901, uma escola de filosofia em Santiniketan, que, em 1921, foi transformada em universidade.
6. Brahman – do sânscrito - O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O Amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-Lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.
Obs.: Para enriquecimento desses escritos, deixo na sequência um texto genial de Tagore, onde ele fala das flores.



A ESCOLA DAS FLORES
- Por Rabindranath Tagore –


As nuvens de tempestade rondam no céu, as chuvas de junho se precipitam, e o vento úmido do leste corre pelo deserto para tocar sua música na flauta dos bambus. Então, de repente, e não se sabe de onde, surgem multidões de flores, dançando sobre a relva em louca alegria.
Mãe, acho que as flores vão a uma escola embaixo da terra. Elas têm suas aulas de portas fechadas e, se quiserem sair antes do tempo para brincar, a professora as põe em um canto, de castigo. Quando cai a chuva, porém, é dia de festa para as flores.
Os galhos se entrechocam na floresta, as folhas murmuram ao sabor do vento selvagem, as nuvens trovejantes batem palmas com suas mãos gigantes, e as flores-crianças saltam fora correndo, vestidas de amarelo, rosa e branco...
Mamãe, bem sabes que a casa delas é no céu, onde estão as estrelas.
Não percebeste a vontade que elas têm de ir para lá? Não sabes por que correm tanto? Pois eu sei para quem as flores levantam os braços: elas têm a mãe delas, assim como eu tenho a minha!

- Texto extraído da excelente coletânea de poemas inspirados de Tagore, “Poesia Mística – Lírica Breve”, lançada no Brasil pela Editora Paulus.

Um beijo de flor com amor!!!!


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